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Como o Marxismo encara a família

marxismo e família

UNSPECIFIED - CIRCA 1865: Karl Marx (1818-1883), philosopher and German politician. (Photo by Roger Viollet Collection/Getty Images)

Os movimentos sociais contemporâneos, tais como o feminismo e o movimento LGBT, são marxistas. Entender, portanto, qual a visão a respeito da família para a ideologia marxista é essencial para compreender os objetivos de tais movimentos.

Irmã Lúcia, vidente de Fátima, disse:

O enfrentamento final entre Deus e Satanás será sobre a família e o matrimônio

Irmã Lúcia

O modelo tradicional de família não é uma invenção humana. Pelo contrário, esta foi a primeira instituição definida por Deus na história. A Teologia do Corpo expõe uma verdade bíblica muito clara: a família é imagem de Deus. Isso mesmo, o homem e a mulher não são imagem e semelhança de Deus, como narra o livro do Gênesis, apenas individualmente. Mas, sobretudo, o são enquanto união e comunhão.

Portanto, odiar e atentar contra a família sonhada, criada e instituída por Deus, é comprar briga com o próprio Deus. O marxismo e o feminismo compraram essa briga.

Família e propriedade privada

Para o marxismo, o Estado é um problema. Em uma sociedade comunista não haveria estado, pois todos viveriam de forma fraternal, tendo tudo em comum. Na visão marxista, o Estado é controlado pela burguesia, que utiliza da máquina estatal para promover opressão.

Para alcançar este estado de perfeição, as massas precisam se mobilizar por meio da revolução e implantar o socialismo. O socialismo seria uma fase de transição entre o capitalismo e o comunismo. No socialismo, o Partido assume o poder, crescendo com o poder do Estado. A consequência imediata seria a destruição da burguesia e a plena implantação do comunismo.

No livro A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, Engels ecoa Marx e expõe uma das teorias do surgimento do Estado, que estaria diretamente ligada à Família.

Primeiro princípio: o Estado é um problema!

Para Engels e Marx, é mentira que o Estado defenda os interesses comuns da população. Na verdade, ele seria um instrumento para defender e legitimar o poder burguês. A igualdade de direitos, portanto, seria impossível, já que o único resultado que o Estado consegue alcançar é fomentar a violência de classe.

Segundo princípio: o Estado – e seus problemas – surge da dissolução da família primitiva

Ainda na visão dos autores, a família passou por uma evolução na história, como que numa dialética. Existiram, portanto, diversos modelos e formas de família.

A família”, diz Morgan, “é o elemento ativo; nunca permanece estacionaria, mas passa de uma forma inferior a uma forma superior, à medida que a sociedade evolui de um grau mais baixo para outro mais elevado

A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado

Para Morgan, o autor citado por Marx e Engels, a família primitiva era bem diferente do modelo que hoje conhecemos. Não haviam regramentos sexuais, ou seja, toda a moral ligada ao sexo era inexistente. Isso fazia com que as mulheres tivessem diversos parceiros sexuais, o que impedia saber de quem eram os filhos que nasciam.

Reconstituindo retrospectivamente a história da família, Morgan chega, de acordo com a maioria de seus colegas, à conclusão de que existiu uma época primitiva em que imperava, no seio da tribo, o comércio sexual promíscuo, de modo que cada mulher pertencia igualmente a todos os homens e cada homem a todas as mulheres.

[…]

Que significam relações sexuais sem entraves ? Significa que não existiam os limites proibitivos vigentes hoje ou numa época anterior para essas relações. já vimos caírem as barreiras dos ciúmes. Se algo pôde ser estabelecido irrefutavelmente, foi que o ciúme é um sentimento que se desenvolveu relativamente tarde. O mesmo acontece com a idéia de incesto. Não só na época primitiva irmão e irmã eram marido e mulher, como também, ainda hoje, em muitos povos é lícito o comércio sexual entre pais e filhos.

A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado – grifo nosso

Exatamente por esse fator é que elas exerciam um papel central nessa possível sociedade primitiva. A organização social, portanto, era matriarcal, e não patriarcal. O reflexo disso, segundo Engels, era que aquela sociedade era muito mais justa e igualitária.

Isso refletia, também, em toda a lógica que envolvia o funcionamento social: imperava a economia doméstica do comunismo, que fora assim descrita por Marx:

Mas lar comunista significa predomínio da mulher na casa; tal como o reconhecimento exclusivo de uma mãe própria, na impossibilidade de conhecer com certeza o verdadeiro pai; significa alto apreço pelas mulheres, isto é, pelas mães.

A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado

Terceiro princípio: a desigualdade surge com a família monogâmica

Essa sociedade igualitária começa a desaparecer quando as relações entre homem e mulher mudam. Engels descreve o surgimento do ciúme por parte dos homens para com as mulheres como o principio da exigência de fidelidade (se antes elas poderiam relacionar-se com vários, agora a coisa muda). No entanto, essa exigência foi imposta por meio da força e opressão, tornando o homem proprietário da mulher e das crianças.

Aqui surge a propriedade privada, ao mesmo tempo que a família monogâmica e patriarcal se estabelece.

Quarto princípio: as opressões sociais estão, em germe, presentes na família

A família patriarcal seria uma reprodutora das opressões sociais e, por isso, é responsável por criar pessoas prontas para se submeterem ao Estado. A dinâmica seria mais ou menos esta: o pai oprime a mulher e os filhos que, por conviverem desde sempre com esse clima de opressão, sentem-se dispostos a submeterem-se à opressão estatal.

Quinto princípio: para acabar com a desigualdade, é preciso destruir a família

Se as desigualdades são fruto do padrão de família defendido pela Igreja, pela bíblia e, antes de tudo, pelo direito natural, é lógico que, para a mentalidade revolucionária, destruir esse modelo é essencial para o estabelecimento de uma pretensa igualdade.

Esse é o plano dos progressista e, infelizmente, não é uma figura de linguagem.

O feminismo, por exemplo, ao apregoar a independência feminina, retira o homem do seu papel. A família sonhada por Deus é aquela em que há comunhão de pessoas, o homem dá a vida pela esposa e a esposa se submete ao cuidado, ao sacrifício do esposo.

A militância LGBT, do mesmo modo, luta para desfigurar o único modelo de família onde é possível haver união, comunhão e fecundidade (todos atributos, inclusive, da união da Trindade).

Marx e Engels mentiram

O problema de toda essa argumentação é um só: tudo o que Engles e Marx afirmaram é mentira. Não existe, historicamente falando, motivos para acreditar que a desigualdade nasce da família monogâmica.

A família não é uma invenção para formar o Estado. O matrimônio não é um instrumento de opressão. Família e matrimônio são instituições divinas. Sendo, inclusive, ícones do amor de Deus, da relação da Trindade e da entrega de Cristo na cruz.

Os movimentos revolucionários não serão vencidos pela militância da direita ou pela força do liberalismo. A desgraça revolucionária só pode ser vencida com o fortalecimento da família segundo o plano de Deus, com homens que dão a vida pela santidade da esposa e dos filhos, e com crianças educadas na fé cristã.

Ideologia não se combate com ideologia, mas sim com a Verdade.

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