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A origem do machismo

machismo

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Problemas reais exigem soluções reais. Sempre que damos respostas equivocadas para determinados problemas geramos complicações ainda maiores. É isso que tem acontecido com o machismo. Ele existe e é real, mas a resposta que a sociedade costuma dar é inadequada.

Neste post, gostaria de fazer uma breve reflexão sobre as origens do machismo para, a partir disso, compreender qual é a melhor solução para esse grave problema.

Significado de machismo

Segundo uma das definições correntes, machismo é:

O machismo é um preconceito, expresso por opiniões e atitudes, que se opõe à igualdade de direitos entre os gêneros, favorecendo o gênero masculino em detrimento ao feminino. Ou seja, é uma opressão, nas suas mais diversas formas, das mulheres feita pelos homens.

Site Politize

Existem diversas influências ideológicas nessa definição. Apesar disso, a utilizaremos como base para a presente reflexão. O autor resume o machismo como opressão, nas mais diversas formas, das mulheres pelos homens, ou seja, é uma cosmovisão masculina que resulta em ações opostas à igualdade.

Machismo, portanto, é encarar o ser masculino superior ao ser feminino estritamente por causa da diferenciação de gênero. Em resumo, são ações, opiniões [sic] e atitudes de preconceito e desigualdade.

O machismo é expresso, por exemplo, quando um homem e uma mulher ocupam o mesmo cargo, função, carga horária e tempo de serviço e, apesar disso, o homem conta com uma remuneração maior.

Ou então no marido ou namorado que abusa da força física para agredir sua companheira. Muitas vezes, inclusive, forçando-a a manter relações sexuais contra a vontade ou proibindo-a de frequentar certos espaços ou manter certas amizades.

Existem sintomas machistas no comportamento social. O primeiro passo que precisamos dar neste artigo é exatamente não ignorar essa patologia presente de diversas formas na humanidade.

Infelizmente, somos herdeiros de uma história com imensos condicionalismos que, em todos os tempos e latitudes, tornaram difícil o caminho da mulher, ignorada na sua dignidade, deturpada nas suas prerrogativas, não raro marginalizada e, até mesmo, reduzida à escravidão.

Carta às mulheres – João Paulo II

Machismo estrutural

Reconhecemos o problema. Lutar contra ele é uma obrigação daqueles que amam e preservam a dignidade humana. Mas a luta só é eficaz contra o inimigo certo.

Hoje, muito se fala sobre o machismo estrutural que, em resumo, pode ser compreendido como uma normalização cultural do machismo. Para entendê-lo, é impossível desconsiderar a mentalidade revolucionária, que encara os males presentes na sociedade como inerentes à estrutura social.

Em um primeiro momento, até parece uma ideia aceitável. No entanto, basta observar um pouco mais para perceber o resultado prático dessa visão: o machismo é visto como culpa da sociedade, do sistema, e nunca do indivíduo.

Por isso a mentalidade revolucionária é tão útil ao feminismo, pois as forças de ataque estão orientadas para a sociedade e não para a maldade particular de cada ser humano. Combater o mal fora é sempre mais atrativo do que combater o mal dentro.

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A origem do machismo

Cabe perguntar-nos, portanto, qual seria a origem do machismo. A partir desse questionamento poderíamos chegar à raiz do problema e destruí-lo mais facilmente. O machismo é expresso por algumas características muito próprias, tais quais:

Essas três características podem nos ajudar a investigar a história para encontrar a origem de um comportamento tão nocivo à civilização. E, por incrível que pareça, encontramos traços disso logo no início do mundo:

A objetificação do corpo feminino

O livro do Gênesis narra que, após a criação, o homem e a mulher viviam nús no Paraíso:

Estavam nus e não se envergonhavam

Gênesis 2, 25

João Paulo II, em sua Teologia do Corpo, explica o porquê, naquele momento histórico, homem e mulher não sentiam vergonha de seus corpos:

É necessário começar por estabelecermos que se trata de verdadeira não-presença da vergonha […] As palavras de Gênesis 2, 25, “não sentiam vergonha”, não exprimem carência, mas, pelo contrário, servem para indicar especial plenitude de consciência e experiência, sobretudo a plenitude de compreensão do significado do corpo, ligada ao fato de “estarem nus”.

Catequese 12. Teologia do Corpo de São João Paulo II

Homem e mulher viviam nús porque tinham plena consciência do significado do corpo um do outro, ou seja, viam o corpo como expressão da pessoa. Isso mudou após o pecado original:

Então os olhos de ambos se abriram, e reconheceram que estavam nus. Entrelaçaram folhas de figueira e fizeram tangas para si.

Gênesis 3, 7

Imediatamente após a experiência do pecado original, o homem e a mulher tapam sua nudez. Ora, se antes eles viviam expostos porque compreendiam o significado do corpo de um e de outro, agora escondem sua nudez com medo da objetificação.

Compreender o significado do corpo quer dizer que, ao se olharem nus, não havia sequer a tentação de instrumentalizar um ao outro, pois o corpo apontava para uma dimensão interior de cada ser humano. Não havia violência à dignidade.

Após o pecado, no entanto, a liberdade dá lugar ao protecionismo: a mulher é obrigada a esconder-se para que homem não use seu corpo (e vice-versa). Vemos, aqui, o princípio da objetificação dos corpos.

Violência física e psicológica do homem para com a mulher

Também em Gênesis, após a primeira mulher comer do fruto e oferecer ao homem, percebemos o comportamento de Adão frente ao questionamento de Deus:

Deus perguntou: […] acaso comeste da árvore da qual te proibi comer? O homem respondeu: “A mulher que puseste a meu lado, ela me deu o fruto da árvore, e eu comi”.

Gênesis 3, 11-12

Adão foi incapaz de reconhecer o seu erro. Sua primeira atitude foi culpar a Deus e à mulher. Não temos registros de uma primeira violência física contra a mulher, mas vemos aqui, em germe, a primeira violência psicológica: o homem culpabilizando a mulher

Visão de mundo onde o homem seria maior que a mulher

Por fim, temos também o registro do momento onde a dominação masculino dá-se inicio e, também, é logo após o pecado original:

A teu marido irá o teu desejo, e ele te dominará

Gênesis 3, 16

A dominação masculina sobre a mulher, que assume formas opressivas e violentas, também tem sua origem naquele momento histórico pós-pecado original. Portanto, a origem do machismo diz respeito a um momento anterior às sociedades, inclusive.

Machismo não é característica social, apenas. Machismo é fruto do pecado e ele só está presente na sociedade porque está alocado no coração de cada homem.

A solução para o machismo

A solução para o machismo, portanto, não está no combate às estruturas sociais, como propõe os movimentos de revolução. A solução para o machismo está na mudança dos corações, ou seja, na expulsão total do pecado da vida do homem.

Como demonstrei, a origem do machismo é o pecado. Para livrar-se do pecado não basta o esforço pessoal. Ele só é vencido pelo Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Para ver-se livre do machismo, é necessário abrir-se ao poder Redentor de Jesus Cristo.

Somente quando os homens tiverem seu coração rendido a Jesus, é que a Graça poderá convencê-los da dignidade feminina e da pertença à uma mesma humanidade. É ela quem traz a consciência do valor e da beleza da diferenciação sexual humana: masculinidade e feminilidade são dom de Deus. As diferenças são dom Deus. A igualdade de dignidade entre homem e mulher também é dom de Deus.

Somente o Evangelho pode transformar corações. O feminismo jamais conseguirá tal feito.

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